31 de dez. de 2009

Ela embrenhou-se em meio ás árvores que cercavam o castelo, queria vê-lo uma última vez, antes que fosse embora morrer sozinha e longe, não notou que a viam. Na sua inocência pôs um vestido claro que contrastava com o verde escuro das grandes folhas. Nada podiam fazer para tirá-la dali, e pedir seria pior, ela gritaria, sempre foi tão acanhada com estranhos... mas dentro do castelo ela se transformava, nos bailes era a mais cortejada de tão bela e radiante que ficava, aquelas pedras brilhavam com o seu sorriso e ecoavam sua voz como doce melodia. Não poderia ir embora assim, sem se despedir, ali estava sua vida, toda sua energia e seu amor, longe dele ela emudeceria, definharia e chegaria ao fim. Como podem me privar disso? Ela se questionava, mas sabia que eles tinham razão, que ali não seria mais seguro para ela, indefesa e imatura. Deveria ir com eles para o continente, viver naquele pequeno e calmo chalé, se é que sobreviveria á longa viagem. Porquê tão longe? Porquê não poderiam voltar nem mesmo nas férias? Mal ela sabia no que seu lindo castelo se transformaria, a mais segura prisão do mundo, era o que diziam. Rodeado de água e longe de qualquer outro pedaço de terra, ninguém conseguiria fugir dali, seu lar...

27 de dez. de 2009

De pedra, mesmo que chore
de pedra, mesmo que sofra
de pedra, mesmo que dure
de pedra, agora e sempre
pois nunca mais irá amar.

3 de dez. de 2009

acende o cheiro
apaga a força
se entrega toda
ao novo sabor

desperta a vida
e afasta a morte
a espera lenta
do novo horror

razão falha
imaginação voa
é o prelúdio
de um novo amor

dúvida cega
certeza cerca
o triste fim
e a nova dor